Marcas Do Passado

A realidade do abuso sexual na infância não causa apenas consternação; é repugnante. É uma agressão permeada por sentimentos muitas vezes confusos e contraditórios. Embora Marcas do Passado – Lidando Biblicamente com a Dor do Abuso Sexual na Infância tenha sido escrito para mulheres que foram abusadas quando ainda eram crianças, os princípios aqui esboçados se aplicam a todos. Pamela Gannon e Beverly Moore viveram essa trágica experiência e decidiram compartilhar algo delas neste livro. Decidiram, porém, não repartir somente a dor e a tristeza dos acontecimentos. Ambas olham para o passado usando as lentes do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo. Com essas lentes, olham para os acontecimentos de suas vidas e mantém em perspectiva o amor de Deus, Sua graça e Seu perdão, bem como a Sua justiça. Graças a Deus, todos aqueles que confessam a Cristo como Salvador e Senhor, sabem que não estão à mercê do acaso, como se estivessem vivendo sem o cuidado amoroso do Deus Soberano. A Bíblia diz que “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons” (Pv 15.3). O salmista escreveu: “Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia ...” (Sl 33.18). O Senhor tem Seus olhos postos sobre os que O temem, e soberanamente supervisiona todos os acontecimentos para que dois propósitos se cumpram; a Sua glória e o nosso maior bem. A impressão é que nenhum desses dois propósitos podem ser percebidos quando tratamos de abuso sexual, quer tenha ocorrido na vida adulta ou na infância. Quando, porém, estamos diante daquilo que é um desafio para nossa mente desejosa e ansiosa por explicações, a Palavra de Deus nos conduzirá a uma verdade; nossa tarefa não é entender, mas confiar no Deus Soberano Criador, Pai do Senhor Jesus Cristo, gerindo Seu plano perfeito, a despeito de nossa capacidade – ou incapacidade – de compreender muitas das circunstâncias de nossa vida. Essa foi a experiência de Habacuque, que não entendia os desígnios de Deus para a nação de Judá (Hc 3.17-19). Ele foi do questionar o silêncio de Deus no primeiro capítulo ao cantar confiante nos propósitos dEle, no último.